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"Você não muda as coisas lutando contra a realidade atual. Para mudar algo é preciso construir um modelo novo que tornará o modelo atual obsoleto."
- Buckminster Fuller
Consenso
A tomada de decisões baseada no consenso já é praticada pelo mundo todo, desde comunidades indígenas na América Latina e grupos de ação direta na Europa a cooperativas de agricultores orgânicos na Austrália. Em contraste é democracia representativa, os participantes fazem parte do processo de tomada de decisões de forma contínua e exercem verdadeiro controle sobre sua vida diária. Ao contrário da democracia governada pela maioria, o consenso valoriza igualmente as necessidades e preocupações de cada indivíduo; se uma pessoa está infeliz com uma resolução, é da responsabilidade de todos encontrar uma nova solução que seja aceitável por todos. A tomada de decisões baseada no consenso não exige que uma pessoa aceite o poder de outros sobre ela, entretanto exige que todo mundo considere as necessidades de todos; o que ela perde em eficiência compensa dez vezes em liberdade e transparência. Ao invés de pedir que as pessoas aceitem líderes ou encontrem uma causa comum se homogeneizando, o processo consensual integra todos em um todo funcional enquanto permite que cada um mantenha a sua autonomia.
Autonomia

A autonomia não deve ser confundida com a, assim chamada, independência: na verdade, ninguém é independente, uma vez que nossas vidas dependem umas das outras.* A glamourização da auto-suficiência numa sociedade competitiva é um modo enganoso de acusar aqueles que se recusam a explorar os outros de serem responsáveis pela sua própria pobreza; e como tal, é um dos obstáculos mais significativos para se construir uma comunidade.** Em contraste a essa miragem Ocidental, a autonomia oferece uma livre interdependência entre pessoas que compartilham consenso.

Indivíduos autônomos podem cooperar sem compartilhar um plano idêntico, enquanto todos se beneficiarem da participação dos outros. Logo, grupos que cooperam podem evitar conflitos e contradições, assim como o fazemos individualmente, e ainda fortalecer os participantes.
Finalmente, autonomia requer auto-defesa. Grupos autônomos têm interesse em se defender da invasão daqueles que não reconhecem o seu direito à auto-determinação, e em expandir o território da autonomia e do consenso ao fazerem tudo em seu poder para destruir estruturas coercivas.
Federações Sem Cabeça

Ação Direta
A autonomia precisa de que você aja por si mesmo: que ao invés de esperar que solicitações passem por canais estabelecidos somente para acabarem em burocracia e negociações sem fim, você estabelece seus próprios canais. Se você quer que os famintos tenham comida para comer, não apenas dê dinheiro a uma organização de caridade burocrática ― descubra onde há comida sendo desperdiçada, recolha-a e a compartilhe. Se você quer habitações acessíveis, não tente que a câmara municipal aprove uma lei ― isso levará anos, enquanto pessoas dormem nas ruas toda noite; ocupe prédios abandonados, abra-os para o público, e organize grupos para defendê-los quando os capangas dos senhorios ausentes aparecerem. Se você quer que as corporações tenham menos poder, não peça aos políticos que eles compraram para impor limites em seus próprios mestres ― tome este poder para si próprio. Não compre seus produtos, não trabalhe para eles, deboche e desvalorize seus anúncios publicitários publicamente, e preste atenção no que você financia. Eles também usam táticas similares para exercer o seu poder sobre você ― e só parece válido porque eles compraram as leis e valores da nossa sociedade muito antes de você nascer.
Não espere por permissão ou liderança de alguma autoridade de fora, não implore para que algum poder superior organize sua vida para você. Tome a iniciativa!
Como Resolver Discordâncias Sem Chamar as Autoridades
Discordâncias sérias dentro de comunidades podem ser solucionadas em muitos casos reorganizando ou subdividindo os grupos. Freqüentemente indivíduos que não se dão bem em determinada configuração social obtém mais sucesso cooperando em outro arranjo ou como membros de comunidades paralelas. Se o consenso não pode ser alcançado dentro de um grupo, este grupo pode se dividir em grupos menores que possam alcançá-lo internamente ― isso pode ser inconveniente e frustrante, mas é melhor do que as decisões do grupo serem impostas à força por aqueles que têm mais poder. Tanto com os indivíduos e a sociedade, como para diferentes coletivos: se os benefícios de trabalhar junto superam as frustrações, deve ser incentivo suficiente para que as pessoas acertem suas diferenças. Mesmo comunidades drasticamente diferentes ainda têm em seu interesse coexistir pacificamente, e devem de alguma forma negociar para alcançar isto…
Vivendo Sem Permissão
… esta é a parte mais difícil, é claro. Mas não estamos falando de só mais um sistema social, estamos falando de uma transformação total das relações humanas ― pois será necessário nada menos do que isso para solucionar os problemas atuais da nossa espécie. Não vamos nos enganar ― até que possamos
alcançar isto, a violência e a luta inerente nas relações baseadas em conflitos vão continuar a se intensificar, e nenhuma lei ou sistema será capaz de nos proteger. Em estruturas baseadas no consenso, não existem soluções falsas, nenhuma forma de reprimir conflitos sem resolvê-los; aqueles que participam neles devem aprender a coexistir sem coerção e submissão.
alcançar isto, a violência e a luta inerente nas relações baseadas em conflitos vão continuar a se intensificar, e nenhuma lei ou sistema será capaz de nos proteger. Em estruturas baseadas no consenso, não existem soluções falsas, nenhuma forma de reprimir conflitos sem resolvê-los; aqueles que participam neles devem aprender a coexistir sem coerção e submissão.

Pode parecer que estamos separados deste mundo por um abismo insuperável, mas o bom do consenso e da autonomia ẽ que você não tem que esperar pelo governo para votar neles ― você pode praticá-los agora mesmo com as pessoas ao seu redor. Coloque-o em prática, as virtudes deste modo de vida são claras. Forme seu próprio grupo autônomo, não respondendo a nenhum poder mas o seu próprio, e busquem a sua liberdade por si mesmos, se seus representantes não o fazem ― uma vez que eles não podem fazê-lo por você.
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